quarta-feira, 28 de abril de 2010


Um canto solitário

Na manhã ensolarada e tão bela
Saí passeando pela vereda a cantar
Ninguém ouviu meu canto na aquarela
A vontade imensa de tudo mudar

Cantei sobre as flores lindas desprotegidas
Sobre as dores de mães carentes solitárias
Cantei sobre as mais fortes e duras feridas
Cantei sobre tantas mulheres solidárias

Meu canto desafinou pela estrada afora
Meu lamento persistia e mais triste ficava
Ouvi ao longe um grito, um basta, vá embora
Era meu eu, que de tudo aquilo, também cansava

Desisti de cantar, de proclamar minha revolta
Então à chorar, gritei aos céus minha desdita
Senti ao meu redor a santa e pura escolta
A dizer-me, continue a crer, Maria Rita
autora
Maria Rita Bomfim

Nenhum comentário:

Postar um comentário